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LEIA FELIX EISENHOWER - Uma história de lutas e conquistas, da infância humilde em Eunápolis, a Capitã da Força Aérea, Doutorado em Psicologia e coordenação de hospital nos Estados Unidos


Publicado em 28/06/2016 10:00

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´Acreditar sempre. Desistir nunca`. Esse é um velho mas sempre atual lema praticado à risca por LEIA FELIX EISENHOWER, nascida em Eunápolis/Bahia, filha de pai analfabeto e mãe que só estudou até a 4ª série.

Tendo estudado em escola pública, muito dedicada aos estudos, concluiu o curso de Administração Pública no Colégio Monte Pascoal, em Eunápolis, que tinha em sua direção o saudoso professor Jairo, lá pelos idos de 1993, tendo sido a oradora da turma.

Sem condições financeiras, Leia nunca pôde ingressar em uma universidade, e naquela ocasião não havia nenhuma unidade de ensino superior estadual ou particular em Eunápolis, sendo a mais próxima em Itabuna, o que lhe seria financeiramente impossível. No entanto, Deus tinha planos diferentes para ela, que cantava em uma banda evangélica da Assembleia de Deus de Eunápolis e muitas pessoas da região a conheceram naquela época como Leia Felix.

 

Juntamente com uma amiga, Leia foi até Ilhéus tirar o passaporte logo depois da sua formatura, tendo a amiga dito que iria tentar ir ao exterior, e resolveu ir para o Rio de Janeiro conseguir o visto. O passaporte ficou guardado por 7 anos e o visto tinha validade para 10 anos, até que chegou o momento de usá-lo.

 

Num belo dia, havia escrito um livro sobre uma teoria vocal, traduziu no Google, mandou para uma instituição americana, que veio a lhe fez o convite para explicar melhor a tese apresentada, e assim, em 2002 viajou de avião pela primeira vez, indo até Salvador, de lá para São Paulo e depois aos Estados Unidos.

 

Chegou no Estado da Flórida para a reunião com uma empresa americana interessada em sua tese de teoria vocal, que na realidade eram somente conselhos e chás naturais para melhorar a vocalização, porém era um método não científico. Na época, os vídeos de YouTube não eram uma coisa comum, o acesso a computadores era limitado na cidade, Leia teve que alugar um computador, depois de ter frequentado o que chamavam de "Lan House", e tudo era mais complicado, porém menos concorrido que na atualidade.

 

Os Estados Unidos estava passando uma situação muito difícil porque as torres gêmeas tinham sofrido um ataque terrorista e o sistema de imigracao estava muito complicado.

 Começando sua trajetória, na mesma semana que terminou sua reunião com as pessoas responsáveis pela edição do seu material, Leia buscou contato com uma família amiga que morava em New Jersey e pediu que se possível conseguisse um lugar para alugar. Ela tinha apenas US$ 800 na época. “Eles me ajudaram, conseguiram o local, compraram um exemplar de um jornal brasileiro, numa quinta-feira, lebra bem, quando chegou em New Jersey vindo da Flórida, no dia seguinte passou todo o tempo ligando para as pessoas que estavam no jornal, e na segunda-feira seguinte começou a trabalhar como babá na casa de uma brasileira que tinha duas filhas.

 

No final daquela mesma semana encontrou vários anúncios em Newark New Jersey que ofereciam aulas de inglês para brasileiros. Leia foi para Manhattam e entrou na escola de inglês, comprou os livros e passou 4 meses trabalhando como Babá, fazendo faxina e estudando inglês, comprou um curso de espanhol e outro de Italiano e começou a estudar sozinha. A partir daí, se inscreveu em uma escola por Internet, sofreu muito para entender tudo sozinha, não tinha tempo para nada, porque estava estudando. Dormia pouco, comia pouco e os seus recursos financeiros ainda eram escassos para comprar livros e tomar cursos online.

 

“As forcas armadas estavam recrutando pessoas que falassem mais de um idioma. Eles fizeram o teste e eu passei. As portas se abriram para mim, não por causa dos diplomas ou cursos que estava tomando e sim porque eu tinha experiência Ministerial na Igreja aqui na qual servia a Deus e estava estudando Psicologia e Aconselhamento”, diz.

 

O resumo dessa história é que os anos se passaram, Leia cresceu em graça e conhecimento sempre servindo a Deus na sua Igreja nos Estados Unidos, onde foi renconhecida como Reverenda, mas que para isso teve que esperar por 10 anos até ser reconhecida como Pastora.

 

Em 2004 terminou o bacharelado, em 2008 o mestrado e em 2012 o doutorado em Psicologia - Aconselhamento Clínico, e depois de concluir diversos cursos e obter mais experiências, Leia passou em vários testes e entrevistas de trabalho para entrar em um hospital perto da Base Militar onde serve, o qual estava necessitando uma pessoa que tivesse experiências com lideranca e clinica hospitalar. Como ela ja tinha passado em vários cursos e estágios, resolveu aceitar o desafio de poder ser Coordenadora desse hospital.

 

Hoje, Leia fala cinco idiomas, é Capelã e Capitã da Força Aérea Americana e coordenadora de um hospital em Nova York. “Graças a Deus e ao serviço prestado a essa nação, a carga financeira dos estudos ficou por conta deles. E quanto ao meu doutorado, ganhei por meio de uma Bolsa. Não foi fácil, foram muitos anos de lágrimas e saudades, porém hoje posso dizer: ´Até aqui me ajudou o Senhor`”, diz a cristã Leia, que faz parte da Assembléia de Deus e não se cansa também de dizer que “Deus é fiel e para sempre é a sua misericórdia, coisa boa é seguir em frente, sempre humilde de coração”, e que melhor ainda é saber que seu nome está escrito no livro da vida.

Positividade e sonhos

“Eu nunca pensei negativamente, sempre confiando nas promessas de Deus, porém meu sonho era ser professora em Eunapolis, eu não imaginava nunca que iria ser doutora, capitã ou ainda menos coordenadora em um hospital em Nova York”, diz ela.

Mas Leia Felix Eisenhower, acalentando seu sonho de um dia voltar ao Brasil e dar aulas de inglês e psicologia, deixa duas frases finais, com toda propriedade demonstrada nesse pequeno relato, mas que mostra a sua exuberante, maravilhosa e exemplar trajetória de vida:

- “As pessoas que desejam chegar longe têm que dar o primeiro passo. Com determinação e confiança em Deus, tudo é possível ao que crê”;

- “Meu maior sonho é poder ser Mestre/Professora em uma escola pública em minha cidade ou região”.

Relato: Leia Felix Eisenhower

Edição: Idalício Viana





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