Pesquisadores de todo o planeta correm contra o tempo para desenvolver uma vacina contra a Covid-19 o mais rápido possível. Na última semana, o Brasil entrou no páreo, com o anúncio do governo de São Paulo da parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac para a produção e testes de um imunizador contra o novo coronavírus.
Batizada de CoronaVac, a vacina foi administrada com sucesso em cerca de mil pessoas na China nas duas primeiras fases clínicas de testes. Antes disso, o imunizador já havia apresentado êxito em testes laboratoriais e em macacos. O acordo assinado entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa prevê a testagem de 9 mil brasileiros no último estágio para que a vacina seja liberada.
Segundo Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, caso os testes sejam bem sucedidos e a Anvisa aprove a distribuição da vacina, o país terá capacidade de produzir o produto em grande escala. “Em um primeiro momento, a vacina poderá vir da China, que já tem a [capacidade de] produção em grande escala e, num segundo momento será produzida no Butantan”, disse Covas em coletiva de imprensa.
A vacina contra o coronavírus estudada no Instituito Butantan é produzida com fragmentos desativados da doença. A aplicação do imunizador em humanos faz com que o sistema imunológico passe a produzir anticorpos contra o agente causador da Covid-19.
O Instituto Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, também está no páreo e afirmou que está conduzindo um projeto de vacina sintética contra o coronavírus, ou seja, feita com proteínas do vírus produzidas em laboratório. Segundo a entidade, entre as razões pela escolha da produção de uma vacina sintética, está o baixo custo desse tipo de imunizador.