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EDUCAR

´O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele`

Educar, na visão do psicopedagogo Flávio Rodrigo Masson Carvalho

Por: CliC101 | Psicopedagogo Flávio Rodrigo Masson Carvalho
Publicado em 25/11/2019 07:38

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Como disse o grande Filósofo Immanuel Kant: “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”. Educador é vocação, algo que nasce de um grande amor, de uma grande esperança, que se define na essência do ser. De todas as atividades da sociedade, o magistério foi a que mais sofreu deteriorações.


Chama-se de educador quem ensina o aluno a questionar, ter raciocínio lógico, senso crítico, dialogando para ampliar o conhecimento de ambos. Enquanto profissional da Educação que pode atuar tanto como professor quanto como pesquisador pedagógico, administrador escolar, supervisor de ensino, orientador educacional, filósofo da educação ou como estudioso de questões educacionais de um modo geral.


Embora, em princípio, entenda-se o educador como um pedagogo, nem sempre essa é a realidade, podendo um educador ter formação em outras áreas pedagógicas, como as Letras, a Psicopedagogia, entre outras. Educação engloba os processos de ensinar e de aprender. No centro de um sistema educativo deve situar-se o ser humano a educar, num horizonte de plenitude.


A tarefa educativa consiste, na verdade, na capacidade de identificar e de acompanhar esta presente inquietação do homem, mantendo vivo o amor pelo saber, despertando o coração e pondo em marcha a sua razão e a sua liberdade, tal liberdade construída pelos tijolos da autonomia do indivíduo.


Este é um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos dessas, responsável pela sua manutenção, perpetuação, transformação e evolução da sociedade a partir da instrução ou condução de conhecimentos, disciplinamentos (educar a ação), doutrinação, as gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade, ou seja, é um processo de socialização que visa uma melhor integração do indivíduo na sociedade ou no seu próprio grupo. Para Lacan não se trata apenas de um querer saber ou ter vontade de saber.


Mas do desejo de saber tecer a partir do sujeito superar o seu próprio horror de saber, que atua paralisando-o, fazendo com que ele não queira saber algo que realmente necessite saber. Segundo Lacan, o processo de constituição do sujeito vai depender das condições que o outro lhe der. Estas condições são tecidas através da linguagem e da fala. Com este dizer de Lacan, podemos significar a importância do Professor no processo ensino-aprendizagem, e na formação do aluno. Defendeu Freud em 1914, que somente o desejo coloca em funcionamento o aparelho mental.


E com este pensamento, eu pergunto: Qual o tamanho do desejo do professor para ensinar? E contribui Lacan ao dizer:”Não há ensino se o sujeito não colocar algo de si”. A Psicanalise Humanista, pode ajudar o professor e o aluno a melhor entender a alma humana, e seu desenvolvimento pessoal e emocional. O educador tem que infundir na alma infantil! Tarefa difícil, pois não compreendemos nossa própria infância. O educador deve considerar o meio, a sociedade e a civilização. E aprender a lidar com o não-saber e o excessivo-saber.


Os professores não suportam os conteúdos trazidos pelos alunos. Tem que estar também aberto para aprender com os alunos, pois a educação é via de duas mãos, ensina-se, mas também aprende-se. As vezes aprendemos mais com os alunos, do que ensinamos. O educador tem que considerar nas crianças quando chegam na escola, suas bagagens, seus laços sociais e seus conteúdos emocionais. A Psicanálise pode ajudar o professor a lidar com o seu EU interior e a sociedade. Pode ajudar o professor a diferenciar o seu EU e o EU da criança. E Pode ajudar, principalmente, como reagir perante as suas emoções. Segundo Melaine Klein o professor, muitas vezes, tem que resgatar o amor que criança não teve. E neste momento a psicanálise Humanista pode ajudar.


O professor tem que estar muito atento a todas as ações da criança, pois sempre que age, ela não faz ao acaso, ela a todo instante apresenta formas de gozar que aprendeu em sua família. E não é possível conceber a educação se o professor não se integrar a família do aluno, e como defende Klein, muitas vezes assumindo o lugar dos pais desta criança. Enquanto educadores, precisamos desfazer nossos próprios preconceitos teóricos.


O professor será o depositário de algo que pertence ao aluno. O desejo inconsciente do professor, o impulsiona a função de mestre, e não devemos nos esquecer que não temos controle total do que dizemos. O professor é dotado de um PODER, e a todo instante tem vontade de abusar dele, é um desejo inconsciente, e muito forte. Professor deve renunciar o poder que o aluno lhe dá no início de uma relação pedagógica, e é um mister se livrar da culpa e da impotência.


A transmissão de conhecimentos pode criar efeitos no inconsciente do outro. O professor, se perder o controle desta transmissão não saberá jamais o caminho que o aluno tomará. E os alunos não conhecerão jamais as repercussões inconscientes de sua presença e de seus ensinamentos. O professor não deve esquecer jamais que o desejo de cada um de nós é diferente. Ele vai lidar com muitos alunos que NÃO terão o desejo de aprender. E que o professor tenha muito desejo de ensinar.


É muito dura a missão de ensinar o aluno a matar o mestre e se tornar mestre de si mesmo. Somente com muito AMOR o educador conseguirá cumprir sua missão. E o mais eficaz exercício para desenvolver este AMOR, é o de ESCUTAR o aluno, e ESCUTAR a sua CRIANÇA INTERIOR.


E como bem disse Freud: “A CRIANÇA É O PAI DO HOMEM”.

“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”. Aristóteles.









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