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AGRONEGÓCIO

Brasil tem condições de aumentar produção de alimentos em 40% para suprir o mundo, dizem ex-ministros da Agricultura

Robeto Rodrigues criticou desmatamento e incêndios e defendeu melhor logística; Alysson Paolinelli pregou apoio à ciência e tecnologia

Por: CliC101 | Colaboração: Roberto Cangussú
Publicado em 24/04/2021 01:20

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Os ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues (2003/2006) e Alysson Paolinelli (1974/1979) entendem que o Brasil tem condições de aumentar a oferta de alimentos ao mundo em 40% até 2050, uma necessidade imposta pelo crescimento populacional, mas precisa superar alguns entraves, como, por exemplo, melhorar sua logística, conforme Rodrigues, e investir firme em ciência e tecnologia, de acordo com Paolinelli.

 

As manifestações dos ex-ministros foram feitas em evento virtual  comemorativo aos 61 anos da Associação Brasileira de Criadores de Búfalo (ABCB) nesta sexta-feira (23). A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou com uma mensagem gravada em vídeo, na qual destacou a participação da bubalinocultura no agronegócio. O também ex-ministro da Agricultura Antonio Cabrera, que é conselheiro administrativo da ABCB, além de presidente do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, fez uma saudação inicial a Rodrigues e Paolinelli. O evento foi aberto pelo presidente da associação, Caio Vinícius Di Helena Rossato, que agradeceu a presença dos participantes e da audiência.

 

Otimista, mas sempre apoiado em dados que atestam o crescimento do agronegócio brasileiro nas últimas décadas, Rodrigues foi enfático na crítica ao desmatamento ilegal – “é insuportável, não se admite em hipótese nenhuma” -, aos incêndios de florestas e às invasões de terra. Eliminados esses problemas e feitas reformas como a tributária e a administrativa, gerando confiança na iniciativa privada, “o Brasil será o campeão mundial de segurança alimentar e da paz”, previu, acrescentando: “Sem alimento não há paz. A segurança alimentar tem relação com a estabilidade social e política”. Na opinião de Rodrigues, o país tem terra, tecnologia e gente capaz, sobretudo jovens, para trabalhar.

 

Paolinelli lembrou que até a primeira metade da década de 1970, o Brasil era importador de alimentos e hoje goza da posição de maior player na produção. Considerado o homem que liderou o desbravamento do Cerrado, Paolinelli avalia que o crescimento da produção pode ser alcançado mesmo na área trabalhada atualmente, com tecnologia, ciência, irrigação. O ex-ministro considera que os produtores estão fazendo a sua parte para que o Brasil corresponda à necessidade futura do mundo de alimentos diversos com qualidade e bom preço.

 

Ministra da Agricultura / Tereza Cristina

Paolinelli, por sua trajetória, foi indicado pela USP, por meio da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), para o Prêmio Nobel da Paz deste ano. Os participantes do evento declaram apoio à sua candidatura, como foi o caso do 1º vice-presidente da ABCB, João Ghaspar de Almeida, que fez a mediação entre os painelistas.

 

Na parte final do evento, o professor italiano Luigi Zicarelli, da Universidade de Nápoles, falou sobre “O futuro dos búfalos com a mudança climática e as novas exigências do consumidor”, apresentado pelo professor Pietro Baruseli. Em contato com o Brasil há 30 anos, Zicarelli confessou que foi no país que ele aprendeu “o que é o verdadeiro bem-estar animal”. O especialista italiano destacou a genética bubalina brasileira e a melhora de sua produção leiteira.

 

No início dos trabalhos, um dos pioneiros da bubalinocultura no em São Paulo e no Brasil e segundo presidente da ABCB, Paulo Joaquim Monteiro da Silva, de 99 anos, falou sobre a origem dos búfalos e da entidade no Brasil, por meio de vídeo. Da mesma forma, o secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Gustavo Junqueira, enviou mensagem de congratulações à ABCB.

 








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