Um casal de Itabela, Sirlândia dos Santos Lima Aguilar (36) e Dione Oliveira Aguilar, tem passado por dias de sofrimento e angústia à espera de tratamento médico para sua bebê, Liz Ravenna Lima Aguilar, que completa 2 meses nesta quarta-feira (21), e desde que nasceu se encontra internada na UTI Neonatal do Hospital Regional Luiz Eduardo Magalhães (HRLEM) em Porto Seguro lutando pela vida. A angústia é pela transferência para uma unidade hospitalar que possa oferecer mais recursos de atendimento para realizar uma cirurgia cardíaca.
De acordo com a Sirlândia, a Central de Regulação do Estado da Bahia se nega a aceitar a transferência pelo fato de a criança ter sido diagnosticada com uma síndrome rara chamada Trissomia 18, ou Síndrome de Edwards T18. A cirurgia é necessária para que Liz consiga respirar sem a ajuda de aparelho de oxigênio.
HISTÓRICO
Durante a gravidez, foram realizadas 12 consultas de pré-natal, todos os exames de praxe, 10 exames de ultrassonografia normal, uma morfológica e duas doppler, mas somente na última doppler realizada a médica responsável percebeu que havia algo anormal, porém ainda nada que confirmasse o diagnóstico final.
Em 20 de abril de 2023 a gestante deu entrada no Hospital Regional Luiz Eduardo Magalhães de Porto Seguro, tendo o parto normal induzido, a bebê nasceu dia 21 de abril, às 8h13, pesando 2,310kg, medindo 44 cm. O diagnóstico só veio depois do exame do cariótipo, que analisa o DNA.
A família procurou o Ministério Público, que tentou uma tratativa para a transferência, mas não teve sucesso, sendo necessário uma ação no Juizado Especial na Vara da Infância e Juventude da Comarca de Porto Seguro.
Sirlândia acredita que a negativa em realizar a transferência e a cirurgia seja por conta do “baixo índice de vida” entre pessoas com a síndrome, mas a esperança continua, já que buscando em redes sociais comunidades que pais de crianças especiais o que se vê é que há o que chamam de compatibilidade com a vida.
Na ação judicial, em posse de todos os documentos e relatório técnico, o Juiz de Direito Rogério Barbosa de Sousa e Silva, constatou que o caso de Liz Ravenna se trata de uma urgência e deferiu liminar para a transferência.
A Procuradoria Geral do Estado da Bahia argumentou em juízo que há uma fila de espera, que o Estado não se negou a aceitar a transferência e pediu o encerramento do processo sem julgamento, e ressalta que no dia 25/05 Liz havia sido retirada do Sistema de Regulação, por parte do HRLEM para aguardar o resultado de um exame.
A redação do Clic101 perguntou a mãe de Liz se ela já havia sido reinserida no sistema, ela nos respondeu “permanece fora porque o pedido da cirurgia cardíaca foi negado, mesmo com a gravidade da cardiopatia”. Em outra mensagem Sirlândia disse: “e a Liz permanece esquecida e deixada à própria sorte
