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OPERAÇÃO LAVA JATO

FORÇAS POLÍTICAS PODEM ESTAR AGINDO PARA ´MINAR` AS INVESTIGAÇÕES

Delegado da força-tarefa paranaense acusa procurador-geral da República de atravancar investigação

Por: Clic 101
Publicado em 18/04/2015 09:21

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Após o despacho do ministro Teori Zavascki suspendendo interrogatorios de politicos agendados pela Polícia Federal, a pedido do procurador Geral da República, Rodrigo Janot, o clima ficou tenso entre delegados federais e procuradores, chegando o delegado Eduardo Mauat da Silva, da força-tarefa paranaense, a acusar nesta sexta-feira (17) o pocurador de “tolher” a investigação, num conflito que só interessa ao governo, ao PT, a outros partidos envolvidos, podendo vir a beneficiar os mais de 50 políticos investigados nos inquéritos sobre os desvios bilionários da Petrobras.

“Houve, por parte do doutor Janot, uma iniciativa de tolher as investigações da Polícia Federal. E nós queremos que ele explique à sociedade o porquê disso”, afirmou o delegado. Segundo ele, por ocupar um cargo político indicado pela Presidência da República, Janot não deveria interferir na investigação.

A polêmica decisão do ministro Zavascki se choca com o artigo 230C do regimento interno do Supremo Tribunal Federal (STF), que atribui à polícia diligências e inquirições relacionadas a inquéritos sob a responsabilidade do STF. Os policiais que participam das investigações contra políticos com foro privilegiado – entre eles os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) – atuavam com base nesse dispositivo e, de repente, foram surpreendidos com o pedido de Janot, que não só suspendia audiências como também teria orientado os suspeitos a não atender as intimações.

Segundo o diretor paulista da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), “Foi uma decisão estranha. Nunca tinha visto isso em nenhum outro inquérito”.

Por outro lado, o procurador Alexandre Camanho, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), afirmou que o inquérito é judicial e, portanto, quem ordena as investigações é o procurador Rodrigo Janot. “Não há outro inquérito”, garantiu ele, para quem, por decisão do STF, a PF é coadjuvante.

O procurador, por sua vez, afirmou que está empenhado na efetiva elucidação dos fatos, disse que cumprirá, “com firmeza e imparcialidade”, o compromisso constitucional de investigar e processar “aqueles que comprovadamente estiverem envolvidos em atos de corrupção”, e reafirmou que cabe a ele, conforme reconhece Zavascki, decidir a estratégia de investigação., afirmando que tem determinado regularmente diligências no caso e explicou que, neste contexto, “determinou à Polícia Federal a suspensão de alguns depoimentos por entender que essas medidas seriam mais proveitosas se realizadas de forma coordenada com outras diligências já em curso”.

O destino da operação está nas mãos do ministro Teori Zavascki.








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