Um pombo lançado na tarde desta terça-feira em direção ao Presídio Central, em Porto Alegre, não teve forças para voar. Um celular atado junto ao corpo impediu que o animal cumprisse a missão proposta por Cristielli Mansa, 21 anos: enviar o aparelho ao namorado, Wagner Machado Rodrigues, 19 anos, preso por tráfico de entorpecentes.
Três metros de voo após o lançamento ao alto, a ave caiu nos fundos do presídio, justamente o local e o horário em que passava uma viatura da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Por sorte do animal, e azar de Cristielli, os policiais estranharam o voo fracassado. A equipe deixou a viatura e foi ao encontro da jovem, que trazia outra ave imobilizada em uma garrafa PET, de fundo cortado. Presa às asas do animal, estava uma "mochilinha" com um bateria, chips e R$ 427.
Cristielli e o homem que a acompanhava, Jeferson Sidnei Lopes da Silva, 35 anos, foram presos em flagrante estão acusados de cometer dois crimes: tentar introduzir um telefone em um sistema prisional e maus tratos de animais.
Juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC), Sidinei Brzuska afirma que “tentativas como a de Cristielli são possíveis graças à grande quantidade de aves que estabelecem ninhos nas dependências do presídio. Essas pombas fazem do Central a sua casa e, por isso, retornam sempre àquele lugar. Sabendo disso, o preso pega a ave e dá para um familiar, que sai da prisão com o pombo em uma sacola. Do lado de fora, a ave recebe o material que deve transportar e, ao ser solta, tenta voar de volta para sua casa”.
Fonte: Zero Hora